Quem conhece as minhas opiniões em relação à imprensa Portuguesa, e da forma como esta cobre tudo o que é opinião de um qualquer "líder espiritual" religioso, que basta dizer que fala por deus e pelos católicos, e imediatamente tem direito a uma página, a uma coluna, a uma caixa para ter uma plataforma para dizer o que bem lhe apetece.
Na imprensa Portuguesa, por esta altura, quando cada vez mais se sabe (e aceita) que o "Natal" nada de Cristão tem (Jesus não nasceu no 24 de Dezembro, o natal era uma festa pagã, muitas das tradições desta época vêm de mitologias nórdicas), apenas os religiosos são procurados, ou lhes dado "tempo de antena", quando outras organizações de carácter secular ou laico..."grilos".
E porquê? Porque os religiosos dizem sempre que usam esta altura para ajudar os outros. Verdade. Mas que é sempre associado a uma proselitismo parolo e irritante.
Vejam mais um exemplo.
"O bispo do Funchal, D. António Carrilho, diz hoje na sua mensagem de Natal que "a Igreja está atenta ao sofrimento da família humana". "A Igreja está atenta ao sofrimento da família humana e procura apontar para novos caminhos de esperança, com a ajuda espiritual e material, em gestos concretos de amor fraterno e no voluntariado solidário de muitas das nossas instituições", declara na mensagem, intitulada "Uma grande luz desceu sobre a Terra".
"A Igreja está
atenta ao sofrimento da família humana e procura apontar para novos
caminhos de esperança, com a ajuda espiritual e material, em gestos
concretos de amor fraterno e no voluntariado solidário de muitas das
nossas instituições", afirma."Deixemo-nos, pois, envolver pelo
dinamismo do Natal, que é anúncio, acolhimento e envio: Vamos a Belém ao
encontro de Jesus-Menino e ajudemos os nossos irmãos a encontrarem-se
com Ele"."
O "voluntariado solidário" é uma coisa nobre e bem-vinda, mas quando os católicos colam a essa iniciativa humana uma "missão religiosa", acaba por empobrecer a própria acção. Não deve haver necessidade de "promover encontros com um qualquer Ele", para se ser fraterno.
E a imprensa Portuguesa, ao passar esta mensagem que, a caridade é um fenómeno ligado à religiosidade e os religiosos são mais morais do que os outros porque são caridosos, é uma falácia que não faz bem a qualquer sociedade moderna e progressista.
Para todos os ateus que me lêem (e também para nos ateus, que bem sei que eles cá vêm ter), um bom solstício de inverno, e que os dias comecem a ser mais longos,e as noites mais quentes.