Sobre o "Ateismo+"
Em relação ao artigo do Nelson Jones no New Statesman sobre o Ateísmo +, (e que apresentei aqui) ocorre-me dizer duas coisas
1) Compreende-se a necessidade de alargar o “novo ateísmo” para uma nova “versão” mais multicultural. Quando o novo ateísmo “nasceu” (com o artigo do Gary Wolf em Novembro 2006, na Wired Magazine) ficou muito conotado com os “cavaleiros” que acabaram por ser a “face” do novo ateísmo, para “o bem e para o mal”, como se costuma dizer; quatro homens brancos, intelectuais, académicos e “elitistas” (curiosamente sabe-se agora que Ayaan Hirsi Ali tinha sido convidada para fazer parte da agora icónica “conversa” entre os “quatro cavaleiros”, mas não pode estar presente no dia da filmagem).
O Ateísmo+ não é mais do que uma tentativa, tal como Wolf o fez em 2006, de dar um “nome” a um movimento novo, neste caso, que inclui mais mulheres (aliás se lerem o post original da Jen McCreight, é uma resposta dela ao “grupo dos bons rapazes” que é o ateísmo, e a defesa de uma posição mais feminista neste movimento), pessoas de outras raças e de outros locais do globo (a utilização do “+” é fácil entender que tem a ver com o sucesso que o Google+ está a ter neste momento).
2) Haverá sempre quem proteste (por tudo e por nada), neste caso pelo facto de “haver novos rótulos” para o ateísmo, quando a ateísmo sempre foi “suficiente por ele próprio”, sem precisar de novas roupagens. Como é de esperar, não concordo com este tipo de argumentos. O ateísmo, assim como outras filosofias de vida, evoluem normalmente, e adaptam-se a “corrente do tempo”. E o ateísmo nesse aspecto é um óptimo “modelo” para isso, cada vez mais a ciência contribui para o conhecimento do funcionamento da nossa mente e da nossa fisiologia, do funcionamento do mundo e do cosmos, o secularismo instala-se cada vez mais com novos desafios que isso traz, a igualdade entre sexos e entre raças causa um maior debate que é necessário.
Apesar de ser (orgulhosamente) um “novo ateísta”, vou esperar para ver o que vai acontecer ao “Ateísmo+”. Poderá ser uma “onda” (como foi os Brights) ou estará cá para ficar?