O lodo é espesso (actualizado)
"Sabia-se que a Igreja católica colaborou com o regime militar de Augusto Pinochet no Chile e que tolerou os crimes contra a comunidade deste regime ditatorial, mas um novo documento expõem, por escrito, como o número dois do Papa, na altura o "progressista" Paulo VI) apoiava, em nome do Pontífice o golpe de Estado contra a democracia no Chile."
Ver aqui.
Giovanni Benelli, da Secretaria de Estado do Vaticano, em comunicações com diplomatas Americanos chega a dizer que "o Papa tem estado sob grande pressão interna na Igreja, especialmente da França para falar contra os excessos da Junta (...) e apesar dos esforços do Vaticano, a propaganda de esquerda tem tido um êxito notável, incluindo com alguns cardeais mais conservadores e com prelados que parecem incapazes de considerar a situação com objectividade."
Estas são algumas das constatações da análise de mais um conjunto de documentos que foram adquiridos, e tornados públicos, pela Wikileaks, publicados em 15 jornais mundiais.
O comentário é óbvio, quanto mais se sabe, mais o lodo é espesso e fedorento.
Actualização: No Diário de Notícias de hoje (09/04), logo a seguir a uma página sobre o Papa e Fátima, e que o Papa beijou uma criança Portuguesa, há uma página sobre os documentos disponibilizados pela Wikileaks. Uma caixa muito pequena do lado direito dessa página diz "Vaticano e Chile" onde não existe nenhuma referência aos comentários de Benelli que apresentei em cima. A única referência que fazem, e que pode ser considerada como mais "danosa" para o Vaticano é que "Quanto aos crimes da ditadura, Benelli achava "infelizmente natural após o golpe de Estado haver aparentemente efusão de sangue".
E é só...
A imprensa que temos e que merecemos.
PS: Na versão on-line está um pouco mais completo, mas mesmo assim não se refere a estes assuntos.