Mudança de regime no paraíso

E vamos agora em directo para a conferência de imprensa, onde o Presidente dos Estados Unidos da América, Barak Obama irá fazer uma breve declaração:


“Bom dia, senhoras e senhores, às 5 da manhã as Forças Armadas Combinadas da Humanidade lançaram um ataque maciço e orquestrado contra o "Reino do Paraíso".


Como vocês sabem, os governos mundiais tem estado progressivamente preocupados sobre qual é a verdadeira natureza e propósito de Deus de há alguns anos a esta parte. Um ser que se auto denomina como omnipotente claramente tem de ser seguido com cuidado – não estaríamos a cumprir a nossa missão de proteger os nossos cidadãos se não o fizéssemos.


Informações obtidas por nós parecem indicar que o poder de Deus é imenso. De notar que Ele nunca o desmentiu. Deus provocou imensos desastres naturais e conflitos globais em muitas ocasiões. Infligiu secas, pragas, doenças e guerras. Maremotos, inundações e furacões são as suas armas mais devastadoras, e parece que Ele não hesita em as utilizar.


Mais preocupante é o facto de os nossos serviços secretos indicarem que aquela que pode ser a arma mais mortífera, trovões teleguiados, ainda não foram utilizados por Deus, mas que podem estar iminentes.


De uma forma discreta tentamos entrar em negociações directas com Deus, tentando varias formas de comunicação. Expressamos múltiplas vezes que estaríamos dispostos a negociar com Deus, ou com algum dos seus anjos que servisse de intermediário. Estas tentativas foram na maior parte das vezes em forma de oração silenciosa. No entanto, os resultados foram negativos, uma vez que, apesar das promessas de Deus que está sempre disponível para nos ouvir, foi impossível obter qualquer resposta.


Assim, apesar das inúmeras tentativas de comunicar com Ele, não apenas nos últimos anos, mas também nos últimos séculos, Ele tem, teimosamente, recusado libertar o mundo de todo o mal, o que o faz complacente, ou pior, cúmplice.


Senhoras e senhores, esperamos o tempo suficiente. Demos a Deus todas as hipóteses que ele precisava para se revelar, e a nossa paciência chegou ao fim.


Acabo de receber um relatório que mostra que todos os alvos no "Reino do Paraíso" foram alcançados pelas nossas tropas. Não houve qualquer resistência ao progresso dos nossos soldados. Informações fidedignas parecem apontar para o facto que o Reino se encontrava vazio, e sem vestígios de sequer alguma vez ter existido.


Estou agora disponível para responder às vossas perguntas.”








Texto inspirado neste artigo.