Um futuro possível, e assustador
Os cristãos evangélicos Americanos, mais uma vez na "linha da frente" da defesa da insanidade mental que só pode resultar da interpretação literal da gramática religiosa (apesar das outras denominações cristãs não andarem assim tão distantes) resolveram ir até ao extremo das consequências das suas "crenças".
No Estado do Mississippi, foi apresentada uma proposta de lei, por parte de um senador republicano, num congresso Estatal dominado por republicanos e com um governador republicano, para se considerar um ovo fertilizado como uma pessoa, com todos os direitos que uma pessoa tem.
Eu vou repetir a ideia.
Um ovo, uma vez fertilizado, é uma pessoa com todos os direitos à luz da lei que as outras pessoas têm. E isto passaria a ser parte da Constituição deste Estado.
Isto faz com que seja um crime por assassinato de uma "pessoa" acções como: interrupção voluntária da gravidez mesmo que seja com uma dia de gestação, interrupção da gravidez em caso de uma gravidez de risco para a mãe, toma de anti anticoncepcionais de natureza endocrina que impedem a fização do zigoto no útero, fertilização in vitro, entre outras.
Esta é uma "janela" num futuro sombrio e histérico. Onde as mulheres servem de contentores de "almas" com os seus direitos em disputa directa com um conjunto de 16 células, onde um médico que salve uma mãe por causa de uma gravidez de risco de vida, será chamado à justiça para responder pela morte de uma "pessoa", onde uma mulher que tenha um qualquer acidente que cause a perda de um zigoto é considerada como uma assassina, mesmo que involuntariamente.
É a face da loucura.
Felizmente, este tipo de alteração constitucional tem de ser referendada pelos constituintes, e pode não passar. Pode, porque num Estado como o Mississippi, onde a larga maioria das pessoas são crentes e republicanas, pode não imperar a inteligência.
E o pior é que este tipo de extremismo religioso pode-se propagar para outros cristão que defendem que um "ser humano" se forma no momento da concepção ( e não é preciso ir muito longe para encontrar quem pense assim) e que podem começar a pensar que este tipo de posição deve ser multiplicada para além das fronteiras do sul da América.
Felizmente, alguns religiosos conseguem manter o bom senso, como por exemplo bispos católicos e rabi's.
São as "leis divinas" a, mais uma vez, a promover a perda de direitos de pessoas reais, para ganho de "direitos" de "pessoas" imaginárias.
São os loucos a tomar conta do manicómio.