Esconder a cabeça na areia
"O presidente da Rede de Cuidadores revelou hoje que a associação recebeu várias denúncias de abusos alegadamente praticados por sacerdotes ou responsáveis de instituições católicas, lamentando a atitude da Igreja de "enterrar a cabeça na areia".
Álvaro de Carvalho divulgou um comunicado, a propósito do processo do Seminário Menor do Fundão, que levou à detenção do vice-reitor por suspeita de abuso de menores, por considerar essencial a associação dar "a sua versão dos acontecimentos em termos dos factos para evitar mais equívocos".
"Sabendo que os abusos sexuais de crianças são praticados por pedófilos, uma perversão sexual com registo compulsivo (...) dirigimo-nos sempre que necessário aos seus diretos responsáveis, com o objetivo de impedir a continuação de tais práticas criminosas", sublinhou, adiantando que "na maior parte das situações a Rede foi escutada".
"No que à Igreja Católica diz respeito, isso só aconteceu quando os abusadores, já condenados, eram ex-seminaristas, credenciados pela hierarquia, como os restantes, idóneos para exercer a profissão de professores de Religião e Moral Católica".
Para o psiquiatra, a Igreja tem tido tradicionalmente um comportamento de, perante um perigo, "enterrar a cabeça na areia, salvo "raríssimas exceções".
Ver aqui.
É curioso que durante esta época que as mensagens dos líderes religiosos têm passado, múltiplas vezes por toda a imprensa, não é dado destaque merecido a estas notícias, estas opiniões, nem existe um debate alargado sobre este "enterrar a cabeça na areia" que é notório (e preocupante) por parte da igreja católica em Portugal.
Poderá ser desta?