Quando a "razão tem excessivo domínio"
"O bispo de Viseu afirmou esta terça-feira que “a sociedade atual, na
sua cultura, coloca desafios que não se compadecem com estilos de vida
envelhecidos, na forma de ser Igreja”. A posição
de D. Ilídio Leandro foi partilhada em Viseu, durante a sessão de
encerramento das Jornadas Formativas do Clero diocesano que começaram
segunda-feira, revelou hoje o Gabinete de Informação da diocese(...) O vice-reitor da UCP disse ainda que a cultura atual é marcada pela
“tensão, quase conflito, entre o presente e a tradição”, bem como pelo
afastamento da “transcendência” devido ao excessivo domínio da “razão”.
Ver aqui .
O bold é meu.
Recapitulando, a cultura actual é marcada pelo afastamento da "transcendência" devido ao excessivo domínio da "razão".
Primeiro, gostava de saber o porque da "razão" estar entre aspas.
Mas vamos deixar isso por agora.
Claro que o padre José Tolentino Mendonça está a referir-se à definição de "transcendental" na definição original, mas transcendência não é uma palavra exclusivamente religiosa. Transcendência é também a definição de como a mente "constitui" os objetos e faz possível a nós experimentá-los como objetos em primeiro lugar. Transcendência pode ser também algo secular.
Mas vamos deixar isso por agora.
O que é o "excessivo domínio da razão"???
É aqui que os "líderes religiosos" continuam a apelar pelo obscurantismo. Não existe tal coisa, como um "excessivo domínio". Existe sim é a realidade(!), onde vivemos, onde actuamos, onde nos movemos. Não é producente, nem ajuda no progresso civilizacional quando se quer fazer de um "papão" a "razão" e os seus "domínios excessivos".
Isto mostra o quanto estas pessoas estão desajustadas (e desesperadas) por não conseguirem acompanhar a marcha do tempo.