February 26, 2013
February 25, 2013
"Onde há fumo..."
Achei muito engraçado este Tweet, na linha do que está a acontecer neste momento no Vaticano, com o caso "VatiLeaks"
Agora já sabem.
Publicada por Ricardo Silvestre em 11:11 PM
February 23, 2013
A nossa moralidade é superior à vossa, claro
O inevitável Jorge Ortiga, aquele que é um dos favoritos "líderes espirituais" dos católicos que tanto agrada à imprensa Portuguesa, veio mostrar aquilo que tão bem tem caracterizado as opções dos líderes da igreja católica em casos que estão a apodrecer a instituição por dentro.
"Jorge Ortiga (...) não quis prestar mais declarações sobre as acusações que o bispo Carlos Azevedo enfrenta, falando apenas em solidariedade "afetiva e efetiva".
"Quero expressar publicamente a minha solidariedade, como nós dizemos, afetiva e efetiva, às duas pessoas que estão implicadas, particularmente ao D. Carlos, e também ao outro sacerdote, que sei que estão a sofrer imenso e que sofrem também porque têm um grande amor à Igreja", declarou Jorge Ortiga.
Ver aqui.
Sim, o Sr Azevedo está em "imenso sofrimento". Nota-se o "imenso sofrimento" quando o Sr Azevedo pode ter uma "saída repentina" para Roma para ser delegado do Conselho Pontifício da Cultura no momento em que começou a discutir-se assédio sexual entre adultos dentro da igreja.
Apesar de novamente ainda nada estar provado, noto que o padre Carreira das Neves disse à SIC que ""Sabiamos apenas que o D. Carlos era homossexual e mais nada. A homossexualidade é reconhecida e ele tem pessoas a quem, tanto quanto sei, tem pessoas a quem o dizia, ele confessava-se homossexual".
Isso é um bom indicador do "imenso sofrimento". Se o "sofrimento" era tanto, bastava ter saído da igreja e ter sido um homem feliz com a sua sexualidade, ou então reformem as suas posições para acompanhar a mudança dos tempos.
Estes são aqueles que querem impor a sua moralidade aos outros.
Publicada por Ricardo Silvestre em 10:59 AM
February 21, 2013
Orar pelos acusados
Por agora já toda a gente sabe.
O Sr Carlos Azevedo, bispo da ICAR gosta de sexo com homens. É uma recorrente ironia que entre aqueles que mais se empolgam contra o sexo entre pessoas do mesmo sexo, acaba-se sempre por descobrir nesse seio quem "proteste demasiado" porque na verdade quer é esconder os desejos que os possuem.
O mais importante aqui não é que o Sr Azevedo tenha tendências homossexuais, mas sim que tenha assediado alguém que não estava interessado nesses avanços.
Claro que, neste momento nada é "definitivo". Pode bem ser que o Sr Azevedo seja inocente destas acusações. Mas isso é um caminho que a justiça secular, entenda-se bem, tem de precorrer.
Mas, e mais uma vez, os "líderes espirituais" da igreja católica, tal como já aconteceu com padres pedófilos, resolvem fazer aquilo que sabem melhor, defender os membros da prol
"O bispo Carlos Azevedo, "envolvido em acusações de comportamentos impróprios" conta com a "oração fraterna" do episcopado, pode ler-se numa nota hoje divulgada pelo porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Manuel Morujão."
Ver aqui
Com certeza.
E já agora, poderá ser desta que temos um Prós e Contras sobre os podres da Igreja Católica? Ou a Sr Fátima Ferreira poderia ficar sem saber como esconder a sua "isenção jornalística"?
Publicada por Ricardo Silvestre em 8:03 PM
February 17, 2013
"Serviço público", mas só para uma parte do público
A RTP faz "serviço público" sobre o Sr. Ratzinger, com o título "O exemplo do adeus".
Para já dizer que a Fátima Ferreira é "tudo", menos isenta. Está totalmente "babada" por poder falar do Papa.
E os convidados são, Padre Miguel Almeida, Isabel Allegro Magalhães, João César das Neves, Adriano Moreira, Paulo Rangel...
...ateístas?
Esses são uma "minoria", e não vale a pena ouvir o que eles possam ter para dizer sobre os efeitos que o Sr. Ratzinger teve na sociedade; protecção da pedofilia, manipulações financeiras, obscurantismo, problemas de saúde pública.
E o dinheiro dos nossos impostos.
Publicada por Ricardo Silvestre em 10:30 PM
February 14, 2013
Sobre "instruções" à imprensa
É engraçado ver como estas coisas são
O dr Mário Soares queixa-se que pode existir uma “censura” da imprensa quando se tratava de reportar “recados” do Sr. Ratzinger, chegando a perguntar-se se “(…) significa isto que estamos ao tempo de censura, quando os meios de comunicação social tinham instruções para saber do que deviam ou não falar...?".
Nestes últimos dias, bem temos visto as “instruções” sonre "sonegar" informação sobre a renuncia do Papa, ou sobre as opiniões dos religiosos sobre as despedidas do Sr. Ratzinger. Só o Diário de Notícias já vai nas 13 páginas em três dias sobre o tema, e sem uma única opinião sobre as acções menos positivas do "santo padre" sobre questões como preservativos, violação de crianças, escândalos financeiros, etc. A “infalibilidade” é uma coisa muito bonita.
Mas, com tantas “instruções” á imprensa, pode-se pensar que os ateístas teriam pelo menos um pequeno momento para lhes ser perguntada a opinião sobre o trabalho daquele que é um “líder espiritual de mil milões de pessoas”, onde muitas dessas pessoas gostam de mandar nos outros e algumas gostam de infringir a Lei.
Pelos vistos, não.
Num e-mail que enviei (está no final do post) ao Diário de Notícias, ao Provedor e Departamento de Notícias, onde expus a necessidade de haver (nem que seja um pequenino) contraditório… nem “um obrigado, mas não obrigado”, recebi.
Assim se mostra a as “instruções” que existem na imprensa Portuguesa.
O e-mail foi este
"Olá muito boa tarde
Bem sei que por estes dias toda a gente "tem" de falar do Sr. Ratzinger e da sua saída como Papa.
Mas realmente, e para quem se queixa (como o dr Mário Soares no vosso jornal) que a imprensa pode estar sob "ordens de censura" para “não falar sobre as coisas religiosas” deixo um pequeno (entre muitos que podia dar) exemplo.
O Diário de Notícias teve hoje na sua edição escrita, sete páginas com todas as coisas sobre a sua renuncia, efeitos e sucessão. Com mais uma coluna de opinião na última página.
Até aqui tudo bem.
Mas eu procurei, e procurei, e procurei. Opinião de um ateísta? De uma organização ateísta? De um “trovão” ateísta, se calhar?
Nada.
O que aparece é uma notícia absolutamente ridícula de umas meninas que puseram os peitos à mostra para festejar a “saída do papa”.
É pena que assim seja, e um contraditório a este "manto de piedade e admiração" que se observa em Portugal, quando o Sr. Ratzinger deixa para trás atitudes (ou falta delas) verdadeiramente preocupantes e contraproducentes.
Fica a opinião de um leitor vosso, que acontece ser ateísta.
Obrigado pela atenção"
Publicada por Ricardo Silvestre em 3:19 PM
February 13, 2013
Entristecedor
Ok, bem sei que por estes dias toda a gente "tem" de falar de
Ratzinger e da sua enorme "coragem" (já via comparações com o Jesus e
tudo - querem mais?).
Mas realmente, e para quem se queixa (como o dr Mário Soares e perpetuado
por "líderes religioso" assim como os "soldados rasos" do
cristianismo) que a imprensa pode estar sob "ordens de censura" para “não
falar sobre as coisas religiosas” deixo um pequeno (entre muitos que podia dar)
exemplo.
O Diário de Notícias teve hoje na sua edição escrita, sete (7)!!! páginas
com todas as coisas sobre a sua renuncia, efeitos e sucessão. Sete!! Com mais
uma coluna de opinião na última página.
Mas eu procurei, e procurei, e procurei. Opinião de um ateísta? De uma
organização ateísta? De um “trovão” ateísta, se calhar? Nada.
O que aparece, de contraditório, é uma notícia absolutamente ridícula de umas meninas que puseram as mamocas ao leu para festejar a “saída do papa”.
Francamente entristecedor.
Publicada por Ricardo Silvestre em 5:13 PM
February 12, 2013
Fica por discutir o mais importante
Mas agora só se fala da “obra” e da “palavra”, e do raio que o parta.
Recuperando o nosso saudoso Christopher, há uma coisa boa que vamos ter nos próximos meses que é a “sede vacante”. Ao menos durante esse tempo não há ninguém que se possa arrogar a ser “infalível”.
Publicada por Ricardo Silvestre em 11:09 AM
February 11, 2013
João César das Neves e o radicalismo em "prime time"
João César das Neves, aproveitando a plataforma que o Diário de Notícias lhe dá para uma crónica semanal de todas as coisas pias e de “política”, escreve hoje que “nos cinco anos desde 2007 já houve mais de 80.000 abortos, cerca de dez vezes os soldados portugueses mortos nos 14 anos de Guerra Colonial (…) mas ninguém ouve sequer a voz da geração que hoje é sacrificada a “razões socioeconómicas” e “à opção da mulher”.
E esta a mensagem que alimenta os fanatismos em Portugal sobre a interrupção voluntaria da gravidez, um direito assegurado por Lei (!): ou o aborto é igualado a Auschwitz, ou agora aos mortos da Guerra Colonial, ou aos “bebés” fofinhos e de olhares inocentes. Um feto de 12 semanas é agora um judeu a ser queimado num forno num campo de concentração, ou um homem adulto arrancado da sua aldeia para combater num país estranho, ou um bebé que sorri porque imita o que o adulto faz.
E as “vozes”? Quais vozes?? As vozes de quem? Dos zigotos? Que “vozes” são estas que o Sr. Neves “ouve” e que o fazem preocupar tanto pelas “vítimas” de mais um ”genocídio” de 80.000 “crianças” que seriam o futuro de um Portugal que assim vai seguramente ser “destruído”.
E reparem na opção da mulher entre aspas. Sim, Sr. Neves, na sua, e daqueles que pensam como você, as mulheres não é para terem “opções” e as questões “socioeconómicas” são “secundárias” naquilo que é a sociedade que a sua cabecinha imagina: um Portugal onde as mulheres não podem tomar decisões sobre o seu corpo e esta tem de ficar em casa a tratar dos filhos, um quadro bonito numa perspetiva católica onde o “materialismo é mau”, e os “valores espirituais” é que contam.
Não admira pois que os católicos em Portugal estejam a (mais uma vez) extremar o seu discurso, desesperados por se verem impotentes para lutarem contra a corrente dos tempos.
Eu relembro que em Portugal 2.238.053 pessoas votaram a favor da despenalização da IVG e o referendo teve como votação 59% contra 40%. Se a “voz do povo” é uma coisa que incomoda as luminárias como o Sr. Neves, é problema dele. O Diário de Notícias é que deve oferecer a alguém o direito de apresentar (semana após semana) uma opinião alternativa à deste senhor, que, tal como outros “pensadores religioso”, só contribui para obscurantismo e retrocesso civilizacional
Publicada por Ricardo Silvestre em 10:22 AM