May 22, 2013

Ou é para todos, ou é para nenhum

Quem segue as coisas nos Estados Unidos sabe da mania que eles têm de começar eventos políticos e sociais com orações. Apesar da primeira emenda da Constituição dizer que o Governo não deve estabelecer uma religião oficial ou dar preferência a uma religião sobre outra (também é conhecida pela Establishment Clause, mais vulgarmente chamada “a parede que separa o Estado e a Igreja”) normalmente lá há um qualquer padre, pastor, rabi (imans, esses menos) a abrir cerimónias oficiais.
E num país onde o ateísmo ainda é visto com grande desconfiança, foi com grande agrado que vi esta notícia.

Arizona State Rep. Juan Mendez (um Democrata…claro) começou uma sessão da Casa dos Representantes do Governo Estatal com um… pensamento ateísta.

“Muitas das orações nesta sala começam com um pedido de baixarem a cabeça, eu gostaria de pedir para olharem à vossa volta para todos os homens e mulheres, que neste momento, partilham a extraordinária experiência de estar vivo e pudermos dedicar-nos a melhorar a vida das pessoas que vivem no nosso Estado”.

Mendez também invocou Carl Sagan, dizendo que “Carl Sagan uma vez escreveu, “para criaturas tão
pequenas que somos, a vastidão é suportada através do amor”.

Ver aqui.



Este momento, pequeno mas simbólico, é especialmente importante porque o Supremo Tribunal nos USA decidiu ouvir argumentos a favor e contra sobre a utilização de orações para começar encontros públicos sociais e/ou políticos. Este caso chega ao Supremo uma vez que um dos tribunais do circuito de Nova York considerou não Constitucional que numa cidade no Estado iniciasse as suas funções políticas com orações que são maioritariamente cristãs.
Vamos acompanhar este caso de perto.